A utopia da água abre o ciclo de conferências da 20ª Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto

A utopia da água abre o ciclo de conferências da 20ª Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto

A preocupação com o futuro do abastecimento de água potável inaugurou o Salão de Ideias de um dos mais importantes eventos literários do país.

As recorrentes crises hídricas que assolam o Brasil e as mudanças climáticas que afetam o futuro dos mananciais de água potável permearam o 1º debate da Feira Internacional do Livro. 

Mediado por Roberto Muniz, diretor de Relações Institucionais e Sustentabilidade da GS Inima Brasil, o encontro contou com a participação de Ricardo Medeiros de Andrade, governador do Fórum Mundial da Água, Carlos Eduardo Alencastre, secretário de Infraestrutura na Prefeitura de Ribeirão Preto, e de Paulo Roberto Oliveira, CEO da GS Inima Brasil.
 
Paulo Roberto alertou para a necessidade da sociedade se preparar para enfrentar crises futuras, citando como exemplo o Aquífero Guarani, o maior reservatório subterrâneo de água doce do planeta: “Cabe a nós não só explotar água do Aquífero Guarani, mas explorar todas as possíveis soluções, que vão desde mudanças culturais às inovações tecnológicas que possibilitem o pleno desenvolvimento das cidades”. Entre as soluções, Paulo Roberto apontou o investimento na diversidade da matriz hídrica. “Precisamos aumentar a produção da água de reuso para que ela possa ser injetada no Aquífero, além de captar água da chuva para uso não potável para ajudar a não esgotar essa fonte.”

Todos os participantes destacaram o dever tanto do setor público quanto do privado de assegurar a melhoria da qualidade de vida da população no que se refere à quantidade e à qualidade da água servida nas cidades. “Empresas públicas e privadas precisam reforçar as habilidades no planejamento,” defendeu Paulo Roberto, “O país precisa evoluir nos investimentos tecnológicos para o setor agrícola e na economia de água, priorizando o reuso de água”.

Em um outro arranjo, Paulo Roberto sugere que o excesso de água superficial tratada possa ser usado para recarregar os aquíferos, de forma a restituir a perda do armazenamento da última estiagem: “O Brasil tem déficits na prestação de serviços de água e esgoto que precisam ser enfrentados”, lembrou o executivo. “Devido à crescente degradação urbana socioambiental, torna-se urgente a universalização dos serviços de saneamento devido, como estabelece o novo marco legal”.